sábado, 2 de julho de 2011

Um bom livro. Silêncio. PAZ. Uma certeza inconfundível de ser quem é, com todas frustrações, emoções, alegrias... de ser completa e de estar feliz por isso. Uma felicidade pacata, que ninguém vê, mas todo mundo sente. Na pele, no sorriso, no fundo do olhar.
Um bom disco. Um passo de dança que se encaixe sozinho ao próprio corpo. Um corpo que por si só se basta. Que não quer conduzir. Não há no que tropeçar, a menos que nos próprios pés. Mas eles pisam tão fortes no chão, tão seguros e ao mesmo tempo tão soltos, livres.
Ser bom pra si mesmo e só assim saber ser melhor pra todos os outros.

03/07/11 00:00


Desculpa. Mas é que parece que existe um dispositivo em mim que te avisa quando as coisas não vão bem. Parece que alguém te conta, sopra no teu ouvido que não existe hora mais apropriada pra voltar, telefonar, aparecer “casualmente”. Não é culpa tua se eu comparo pessoas, relacionamentos, sentimentos. Mas também não me culpa se o mais perto que eu cheguei de toda essa baboseira foi contigo. Desculpa. Eu também não quero culpar os outros por não tá disposta a tudo isso outra vez. Mas até isso cansa sabe? O não estar disposto.
Por que na verdade o que as pessoas querem é que a gente saiba viver a dois, é o que todo mundo quer. Ser feliz assim, ir ao cinema, dividir um sorvete, transar bem e com freqüência. Também é bom que os dois sejam maduros mas tenham um pouco de ciúmes pra mostrar que se importam. A gente até que ia bem, mas eu não sou muito boa nessas coisas sabe? De fazer o que se espera. E talvez agora o que as pessoas queiram de mim é que eu não queira nada. Justo agora que eu prezo pelo inesperado, droga, tenho deixado um vazio enorme nas  pessoas, acredita? Você não iria me reconhecer. Eu que sempre quis preencher lacunas, me pego completamente incompleta.Não deixo ninguém me preencher. As comparações são, de certa forma, injustas. Não justifica. E é aí que meu dispositivo dispara. Você ouve né?
Eu te conheço melhor do que ninguém, você me diz. E eu concordo, talvez melhor do que a mim mesma. E aí você me diz pra relaxar, que vai dar tudo certo, que é só mais uma crise, aquelas coisas minhas de pensar demais. É quase como se você tentasse me convencer de que não é amor. Por que você já sabe que não é. Eu me espanto com a tua maturidade e com teu jeito certo e preparado pra lidar com essa loucura toda. Quase esqueço que ando fazendo isso a muito tempo e que daqui a uma semana eu esqueci de novo e que daqui a um mês estou de volta, confusa, deixando mais uma lacuna em alguém, um vazio em mim e um rombo enorme em você.
Eu queria saber fazer isso da maneira certa, faço da melhor maneira que posso e sei que não chega nem perto do suficiente. Eu queria te ter sempre por perto, pra conversar, poder contar, saber da tua vida... mas tu nunca tá longe o suficiente, não é seguro. Se não fosse essa minha mania de fazer tudo certo sempre a gente já tinha resolvido tudo isso. Amar também não é abrir mão? Talvez eu ame de um jeito bem egoísta. Não é amor, não desse jeito. E eu até valorizo demais quando digo que é carinho. É bom tanto quanto é ruim, e pesa. Não é amor, é egoísmo.
Se não fosse egoísmo eu diria pra ignorar o alarme, mas eu peço fica, me ajuda. Você foi o mais perto que eu consegui dessa baboseira toda.